O Secretário de Estado Carlos Rodrigues discursou na abertura do seminário sobre Literacia Financeira e Componentes de Mercado de Capitais, realizado hoje (27) em Luanda, pelo INAPEM e pela Madz Global.
Durante o evento, o Secretário de Estado sublinhou que uma estrutura mista de financiamento à economia deve integrar instituições financeiras e mercados, que se adaptem aos diferentes estágios de desenvolvimento económico de um país.
O Governante destacou que “o financiamento do desenvolvimento económico de Angola terá necessariamente de ocorrer no mercado de capitais”, que inclui “o mercado de acções, de obrigações e respectivos derivados”. Estes, segundo Rodrigues, são factores essenciais para o “desenvolvimento económico, a redução da pobreza e a estabilidade macroeconómica do País”.
Embora instituições e mercados sejam independentes, eles estão fortemente ligados ao crescimento económico.
Carlos Rodrigues afirmou que “os bancos têm vantagem comparativa na redução das fricções associadas ao financiamento padronizado, de curto prazo, de menor risco e suficientemente garantido”, enquanto “os mercados de capitais são relativamente mais eficientes” na criação de modelos inovadores de financiamento para projectos de longo prazo e maior risco, sendo mais atrativos para a concessão de financiamento às PMEs.
O Secretário de Estado enfatizou que as MPME enfrentam dificuldades no acesso ao crédito bancário devido à insuficiência de capitais próprios, garantias adequadas e organização interna.
Contudo, essas empresas podem encontrar suporte no mercado de capitais através da admissão à cotação no segmento das PME da BODIVA (Bolsa de Dívida e Valores de Angola) e da emissão de papel comercial.
Embora esses instrumentos sejam destinados a Médias Empresas, Carlos Rodrigues esclareceu que as Micro e Pequenas Empresas têm à disposição os Fundos de Investimento de Capital de Risco e de Titularização de Créditos.
Rodrigues também destacou o ambiente regulatório do sector, iniciado em 2012 sob a liderança da Comissão do Mercado de Capitais, incluindo o código de valores mobiliários, o diploma de regulação dos organismos de investimento colectivo, a criação da BODIVA em 2014, o surgimento de sociedades corretoras, distribuidoras e gestores, e a inauguração, em 2023, do segmento accionista do Mercado de Bolsa.